Governo aciona STF para devolver R$ 6,5 bi a vítimas de fraudes no INSS

JUSTIÇA

AGU aciona STF para garantir devolução de descontos fraudulentos a segurados do INSS

A Advocacia-Geral da União (AGU) entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira (12.jun.2025) para garantir que beneficiários do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) recebam de volta valores descontados de forma fraudulenta.

A ação, chamada ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental), pede a liberação de crédito extraordinário — tipo de recurso que não entra no limite de gastos do novo arcabouço fiscal — para viabilizar esses pagamentos. O documento é assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Segundo a AGU, o uso de recursos fora do teto de gastos é necessário por causa do alto interesse social na devolução rápida dos valores. Isso também ajudaria o governo a cumprir as metas fiscais previstas na Lei de Responsabilidade Fiscal para 2025 e 2026.

A AGU também pediu que o STF suspenda processos judiciais que discutem a responsabilidade da União e do INSS pelos descontos indevidos. O motivo é a divergência nas decisões da Justiça: algumas determinam, por exemplo, que o governo pague o dobro do valor perdido, com base no Código de Defesa do Consumidor — algo que, segundo a AGU, fere o princípio da legalidade.

O governo solicitou que o relator da ação seja o ministro Dias Toffoli, que já analisa um caso semelhante (ADPF nº 1.234).

As fraudes investigadas ocorreram entre março de 2020 e março de 2025 e envolvem entidades associativas. A operação “Sem Desconto” identificou prejuízo de até R$ 6,5 bilhões.

O STF ainda não informou quando vai julgar o pedido da AGU.

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