STF torna Bolsonaro réu: o que isso significa para as eleições de 2026?

JUSTIÇA

Por unanimidade, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu tornar réus o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais sete investigados no inquérito sobre um possível golpe de Estado. A decisão foi tomada nesta quarta-feira (26), com placar de 5 a 0.

O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, foi o primeiro a votar. Ele afirmou que Bolsonaro foi um dos líderes do grupo que teria planejado o golpe. Os ministros Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin seguiram o relator e aceitaram a denúncia da Procuradoria-Geral da República.

Com isso, será aberta uma ação penal contra Bolsonaro e seus aliados: Walter Braga Netto (ex-ministro da Defesa e Casa Civil), Augusto Heleno (ex-ministro do GSI), Anderson Torres (ex-ministro da Justiça), Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa), Almir Garnier (ex-comandante da Marinha), Alexandre Ramagem (deputado e ex-diretor da Abin) e Mauro Cid (ex-ajudante de ordens de Bolsonaro).

A decisão do STF tem grande impacto no cenário político, especialmente com a eleição presidencial marcada para o próximo ano. Caso Bolsonaro seja condenado pode acabar perdendo a sua influência direta na corrida eleitoral, o que pode reconfigurar o jogo político. Além disso, a ação pode fortalecer adversários e afetar a base de apoio do ex-presidente.

As chances de condenação dependem das provas apresentadas e do andamento do processo. No Brasil, julgamentos desse porte costumam ser longos, podendo levar anos até uma sentença definitiva. Se houver provas consistentes e a maioria dos ministros do STF entender que Bolsonaro teve participação ativa no suposto golpe, a condenação se torna mais provável. No entanto, a defesa pode apresentar recursos, prolongando o processo e tornando incerto o desfecho antes das eleições.