Governo vai buscar aposentados e pensionistas com descontos indevidos no INSS
O governo federal vai fazer uma busca ativa para localizar e ajudar aposentados e pensionistas do INSS que tiveram descontos indevidos de mensalidades associativas diretamente na folha de pagamento.
Além dos canais tradicionais, o atendimento será ampliado para chegar a áreas remotas e a pessoas com dificuldade de locomoção, aproximando os serviços previdenciários dessas populações.
Em entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), o ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, explicou que a primeira etapa será o contato pelos canais oficiais. Se o governo não receber resposta, será feita a busca ativa — indo atrás das pessoas que não conseguiram ou não souberam como responder.
“Muita gente não sabe usar os canais digitais ou não pode sair de casa. Por isso, vamos até elas. Já estamos preparando essa etapa”, disse o ministro.
A dificuldade de retorno é esperada, especialmente em comunidades ribeirinhas ou locais sem energia elétrica, telefone, computador ou internet.
Para alcançar essas pessoas, o INSS usará unidades flutuantes do programa PrevBarco, que levam atendimento a comunidades ribeirinhas, indígenas, quilombolas e outras regiões afastadas. Também será utilizado o PrevMóvel, veículo itinerante que presta serviços onde não há agências fixas ou parcerias locais.
“Esses barcos da Previdência vão até a casa do cidadão”, destacou Queiroz.
Cuidado com golpes
O ministro alertou para o risco de golpistas se passando por representantes da Previdência. Ele reforçou que o INSS não liga, nem manda e-mail ou mensagens pelo WhatsApp.
“O contato oficial é feito apenas por canais confiáveis: o aplicativo Meu INSS, o site do INSS, o Disque 135 e, agora, também nas agências dos Correios, com funcionários treinados”, explicou.
“Fiquem atentos. Infelizmente, muitos tentam aplicar um golpe usando outro golpe como isca”, alertou Queiroz.
Fraudes nos descontos
O ministro afirmou que muitas das associações responsáveis pelos descontos irregulares foram criadas para enganar. “Elas não têm sede, patrimônio nem recursos para devolver o dinheiro. Seus bens estão escondidos, o que dificulta o ressarcimento”, disse.
Segundo ele, essas fraudes começaram em 2019. “Na época, surgiram denúncias e a Polícia Federal chegou a abrir um inquérito, mas nada foi investigado. O governo anterior não apurou, e os descontos continuaram”, afirmou.
Desafios do INSS
Queiroz disse que os dois maiores desafios do INSS hoje são combater as fraudes e reduzir a fila de espera.
“O tempo médio de atendimento está em 45 dias. Antes era 39, mas aumentou por causa das fraudes. Queremos zerar a fila e recuperar a confiança no sistema previdenciário”, concluiu.