Um cartão amarelo na partida entre Juventude e Vitória, no último sábado, em Caxias do Sul, pela primeira rodada do Campeonato Brasileiro, acendeu um alerta de possível manipulação em casas de apostas. O caso foi comunicado ao Governo Federal e à CBF.
Aos 36 minutos do primeiro tempo, o atacante Ênio, do Juventude, recebeu cartão amarelo após reclamar da marcação de uma falta próxima à área do seu time. O lance chamou atenção de operadoras de apostas, que identificaram um volume anormal de apostas prevendo que Ênio seria advertido.
Uma das casas apontou que mais de 10% do total apostado na partida foi direcionado especificamente para o cartão de Ênio. Em apostas desse tipo, é comum que esse número não ultrapasse 1%, e valores acima de 3% já são considerados suspeitos.
Até o momento, seis operadoras diferentes emitiram alertas sobre o lance. Um relatório da Associação Internacional de Integridade em Apostas Esportivas indicou que:
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Em uma operadora, 99% das apostas no mercado de cartões foram para Ênio.
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Em outra, 90% do valor apostado na partida veio de contas sob suspeita.
Entre os apostadores, foram identificados três atletas que estão proibidos por lei de apostar em eventos esportivos. A legislação não permite que jogadores, árbitros, dirigentes ou membros de comissões técnicas façam apostas.
A CBF recebeu os relatórios da partida e encaminhou para órgãos como o STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) e o Ministério Público.
Após o ocorrido, o atacante Ênio foi retirado da lista para o jogo contra o Botafogo, marcado para este sábado às 21h. O clube alegou que o jogador recebeu uma proposta do exterior.
Ênio é um dos principais nomes do Juventude em 2024. Ele chegou no início do ano, por empréstimo, após disputar a Série B pelo Amazonas. Seu bom desempenho fez com que o Juventude comprasse 50% dos seus direitos econômicos. Recentemente, o Grêmio chegou a oferecer R$ 3 milhões pelo jogador, mas a proposta foi recusada.
O Juventude não comentou o caso, assim como os representantes do jogador. A CBF informou que investigações conduzidas pela Unidade de Integridade são mantidas em sigilo. A empresa responsável pelo monitoramento das apostas também declarou que não comenta casos em andamento.
