A ansiedade levou ao afastamento de 4.517 trabalhadores na Bahia em 2024, enquanto a depressão resultou em 3.313 licenças concedidas pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O estado teve o maior número de afastamentos do Nordeste e ficou em oitavo lugar no ranking nacional.
Segundo o Ministério da Previdência Social, o Brasil registrou 472.328 licenças médicas por transtornos mentais, o maior número desde 2014, representando um aumento de 68%.
Na Bahia, além da ansiedade e da depressão, outros motivos de afastamento foram transtorno bipolar (1.494 casos), esquizofrenia (998) e transtornos relacionados ao estresse (575).
A psicóloga Daiane Bispo explica que a sobrecarga emocional imposta através de líderes despreparados, as condições precárias de trabalho e a dificuldade em conciliar a vida pessoal e profissional são fatores que contribuem para esse cenário. Ela também ressalta que as mulheres são as mais afetadas, devido à jornada dupla e à desigualdade salarial.
Um ambiente de trabalho saudável depende, principalmente, da postura dos líderes. Quem está à frente de uma equipe deve tratar seus liderados com respeito, compreender suas dificuldades e evitar cobranças abusivas. O assédio moral no trabalho é crime e pode causar sérios danos à saúde do trabalhador, levando ao afastamento e, em alguns casos, a problemas irreversíveis.
Por outro lado, o aumento dos afastamentos também mostra que mais pessoas estão buscando ajuda e tratamento, um sinal positivo de maior conscientização sobre a saúde mental no trabalho.
