O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil), aprovou, na véspera do Carnaval, um pacote de benefícios para senadores e servidores da Casa.
Ele assinou medidas que aumentam a cota parlamentar – dinheiro usado para bancar despesas do mandato –, além de conceder folgas para servidores e reajustar o auxílio-alimentação em 22%, elevando-o para mais de R$ 1,7 mil por mês.
Este é o segundo aumento da cota parlamentar no ano. Em fevereiro, já havia ocorrido um reajuste aprovado na gestão de Rodrigo Pacheco. Com a nova alta, senadores do Amapá, estado de Alcolumbre, e do Acre, por exemplo, passam a receber mais de R$ 50 mil mensais para gastos como hospedagem, alimentação, material de escritório, correios, combustível e passagens aéreas.
Diferente de um reajuste linear, cada estado teve um aumento diferente, o que pode gerar um custo adicional de quase R$ 5 milhões por ano ao Senado.
Outra medida assinada por Alcolumbre concede um dia de folga para servidores a cada três trabalhados, instituindo uma escala 4×3 a partir de março. Além disso, o texto permite que servidores vendam as folgas, aumentando seus rendimentos.
Para Welder Lima, presidente do Observatório Social, essa medida pode inflar os salários no serviço público.
“Permitir a venda das folgas pode criar supersalários sem controle. Não há clareza sobre limites, o que abre margem para gastos excessivos com dinheiro público”, alertou.
O presidente do Senado também aumentou em 22% o auxílio-alimentação dos servidores. Com isso, o valor ultrapassa R$ 1,7 mil por mês. O reajuste pode pressionar a Câmara dos Deputados, presidida por Hugo Motta, a seguir o mesmo caminho.
Em nota, o Sindilegis afirmou que buscará o mesmo benefício para os servidores da Câmara, argumentando que esse já é o valor pago ao Tribunal de Contas da União (TCU).