As tarifas de 25% prometidas por Donald Trump sobre produtos do Canadá e do México entraram em vigor nesta terça-feira (4), após um mês de adiamento.
Além disso, a tarifa extra de 10% sobre produtos chineses também começou a valer, elevando o total para 20%.
Retaliações do Canadá e da China
Em resposta, o Canadá anunciou uma tarifa de 25% sobre mais de US$ 100 bilhões em produtos americanos, segundo o primeiro-ministro Justin Trudeau. A China também reagiu, aplicando tarifas adicionais de até 15% sobre mercadorias dos Estados Unidos.
Trump justificou as medidas alegando que o fluxo de drogas ilegais vindas do México e do Canadá continua em níveis “altos e inaceitáveis”, mesmo com as promessas desses países de reforçar o controle de suas fronteiras.
Impacto no comércio
A expectativa era que Canadá e México convencessem o governo americano a adiar ainda mais as tarifas, que afetam mais de US$ 918 bilhões em importações, abrangendo setores como automóveis e energia. A medida pode prejudicar a economia norte-americana, com a indústria automobilística sendo uma das mais afetadas.
Tarifas sobre produtos chineses
A tarifa extra de 10% sobre produtos chineses soma-se à aplicada em fevereiro, totalizando agora 20%. Essas tarifas foram justificadas por Trump como uma forma de punir Pequim pela crise de overdose de fentanil nos EUA.
Durante o governo do ex-presidente Joe Biden, algumas tarifas sobre produtos chineses já haviam sido aumentadas, como a duplicação para 50% sobre semicondutores e a quadruplicação para mais de 100% sobre veículos elétricos. Agora, os novos impostos afetam produtos eletrônicos de consumo, como smartphones, laptops, consoles de videogame, smartwatches e dispositivos Bluetooth.
A China também anunciou tarifas sobre uma ampla variedade de produtos agrícolas dos EUA, incluindo carne, grãos, algodão, frutas, vegetais e laticínios. Além disso, Pequim colocou 25 empresas americanas sob restrições comerciais, citando questões de segurança nacional.
O Ministério do Comércio chinês afirmou que as tarifas dos EUA violam as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC) e prejudicam a cooperação econômica entre os dois países.
Consequências econômicas
As tarifas sobre Canadá e México podem ter um impacto ainda maior, já que a economia norte-americana depende de importações para setores como automotivo, energético e agrícola.
Candace Laing, CEO da Câmara de Comércio Canadense, criticou a decisão dos EUA, dizendo que ela pode levar os países a uma recessão, com perda de empregos e impactos negativos na economia.
Matt Blunt, presidente do Conselho Americano de Política Automotiva, pediu que veículos que atendem aos requisitos do acordo EUA-México-Canadá sejam isentos das tarifas, para evitar danos à indústria automobilística.
Antes mesmo do anúncio das tarifas, dados indicavam que os preços industriais nos EUA já estavam subindo, o que pode piorar com as novas taxas.
União Europeia na mira
Além das tarifas sobre Canadá, México e China, Trump também anunciou planos de taxar produtos da União Europeia. Os detalhes dessas medidas ainda serão divulgados.