PAU BRASIL: Festival de paredões agita Micareta, mas volume excessivo preocupa moradores da Praça Santa Luzia

CIDADES

Mais de 10 paredões de som tomam conta da praça central durante evento que dura três dias; vizinhança relata incômodos com o alto volume e impactos no bem-estar.

A cidade de Pau Brasil, no sul da Bahia, está sendo palco de um evento de paredão de som que tem movimentado a Praça Santa Luzia desde o início do feriado prolongado. Com mais de 10 paredões espalhados pelo local, o festival teve início às 12h deste sábado e está programado para seguir até as 19h, durante três dias consecutivos de festa.

As potentes estruturas sonoras, conhecidas pela vibração intensa e pelo alto volume, atraem dezenas de participantes, criando um ambiente de celebração para os amantes desse tipo de evento. No entanto, o clima de festa não é unanimidade entre os moradores da região.

Vizinhos da praça têm expressado preocupações com os impactos provocados pelo som extremo. Entre as queixas mais recorrentes estão dificuldade para dormir, irritabilidade em crianças e idosos, abalo na rotina doméstica e até relatos de animais domésticos assustados e desorientados.

“É impossível manter uma conversa dentro de casa. A vibração é tão forte que parece que as paredes vão rachar. A gente não tem descanso nem de dia nem à noite”, comentou uma moradora da área central, que preferiu não se identificar.

Além do barulho, a ausência de uma estrutura de controle sonoro e a falta de fiscalização sobre os limites permitidos pela legislação ambiental são pontos que também levantam debate. Em muitos municípios, o som automotivo é regulamentado para evitar prejuízos à saúde auditiva e mental da população, mas em Pau Brasil, moradores afirmam que a sensação é de abandono no que tange à fiscalização ao limite máximo sonoro.

Apesar das críticas, os organizadores destacam que o evento também movimenta a economia local, com vendas de bebidas, comidas e produtos por ambulantes e comerciantes da região. A prefeitura, até o momento, não se pronunciou oficialmente sobre os impactos causados pela atividade.

O episódio reacende uma discussão antiga: é possível conciliar cultura e diversão com respeito ao espaço urbano e aos direitos dos moradores? O equilíbrio entre lazer e tranquilidade continua sendo um desafio nas pequenas cidades brasileiras, onde as praças públicas são, muitas vezes, o único espaço de grandes encontros.

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