Estudo liga gordura de óleo vegetal a tipo agressivo de câncer de mama
Uma pesquisa recente publicada na revista Science acendeu um alerta sobre o uso de óleos vegetais comuns, como o de soja. O estudo, feito por cientistas da Weill Cornell Medicine, nos Estados Unidos, encontrou uma possível ligação entre um tipo de gordura presente nesses óleos e uma forma agressiva de câncer de mama, chamada triplo-negativo.
O que foi descoberto?
Os pesquisadores descobriram que o ácido linoleico, presente em muitos óleos de cozinha, pode estimular o crescimento de células cancerígenas triplo-negativas. Isso acontece porque esse ácido se liga a uma proteína chamada FABP5, que é encontrada em grandes quantidades nesse tipo de célula. Essa ligação ativa uma via de crescimento celular chamada mTORC1, que favorece o avanço do tumor.
Em testes com camundongos alimentados com dietas ricas em ácido linoleico, os tumores cresceram mais. Os cientistas também encontraram altos níveis dessa gordura e da proteína FABP5 no sangue de pacientes com esse tipo de câncer, o que reforça a possível ligação em humanos.
É motivo para pânico? Não.
Apesar da descoberta, especialistas pedem calma. O professor Justin Stebbing, autor do estudo, explicou que os resultados ajudam a entender melhor como certos tipos de gordura afetam o câncer. Segundo ele, a ideia não é evitar completamente esses óleos, mas usá-los com moderação, principalmente em pessoas com maior risco.
O ácido linoleico é um nutriente essencial e importante para a saúde, mas o problema está no excesso, comum nas dietas modernas, que têm muito ômega-6 (como o linoleico) e pouco ômega-3 (presente em peixes e sementes). Esse desequilíbrio pode favorecer inflamações no corpo — e a inflamação crônica é um fator de risco conhecido para o câncer.
O que fazer?
A recomendação é simples:
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Use óleos ricos em ácido linoleico com moderação.
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Prefira óleos como o azeite de oliva, que tem menos dessa gordura.
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Mantenha uma alimentação equilibrada, com muitas frutas, verduras e grãos integrais.
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Evite o excesso de peso, que continua sendo um dos principais fatores de risco para o câncer.
Organizações de pesquisa lembram que o uso moderado de óleos vegetais é seguro, e que essa pesquisa é apenas uma parte de um quadro mais amplo sobre alimentação e câncer.