O Preso Mais Caro do Brasil: O Alto Custo de Manter Marcola Atrás das Grades

JUSTIÇA

A Justiça de São Paulo decidiu prorrogar por mais um ano a permanência de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, de 57 anos, no sistema penitenciário federal.

Apontado pela polícia como líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), Marcola cumpre penas que somam mais de 300 anos por crimes como homicídio, tráfico de drogas, roubo a banco e formação de quadrilha. Desde fevereiro de 2019, ele está na Penitenciária Federal de Brasília, onde seguirá preso pelo menos até o fim deste ano.

Marcola está detido continuamente desde 1999, após ter sido preso três vezes antes dessa data e conseguido fugir em todas. Ao longo dos anos, passou por 19 presídios estaduais até ser transferido para o sistema federal, após a descoberta de um plano de resgate em 2019, quando estava na Penitenciária de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo. Na época, investigações apontaram que um criminoso foragido, aliado a ele, pretendia organizar sua fuga. Com isso, a Justiça determinou sua transferência para a Penitenciária Federal de Porto Velho (RO), de onde, em janeiro de 2023, foi transferido para Brasília.

Manter um preso de alta periculosidade como Marcola no sistema federal é um desafio para o Estado e um peso para os cofres públicos. Enquanto um detento comum em um presídio estadual custa, em média, cerca de R$ 2 mil por mês, o custo em uma penitenciária federal pode ultrapassar R$ 5 mil mensais. Esse valor se justifica pelo esquema de segurança reforçado, que inclui monitoramento 24 horas, vigilância armada, isolamento rigoroso e medidas especiais para evitar fugas ou comunicação com criminosos fora da prisão.

A decisão de manter Marcola no presídio federal por mais um ano foi tomada pela Corregedoria do Departamento Estadual de Execução Criminal da 1ª RAJ (Deecrim 1ª RAJ), atendendo a um pedido do Ministério Público de São Paulo. O processo, que tramita sob sigilo, agora será analisado pela esfera federal.