Quando os médicos confirmaram que Victoria Andrade, de 28 anos, estava grávida de gêmeos, também identificaram que sua gestação era de altíssimo risco. A pressão arterial elevada era um alerta constante, e as visitas à Emergência do Hospital Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio, em Ilhéus, tornaram-se frequentes. Diante da gravidade do quadro, Victoria chegou a considerar voltar para São Paulo, onde morava antes.
Encaminhada ao Ambulatório do HMIJS, ela passou a receber acompanhamento especializado. O local atende gestantes de alto risco da região, oferecendo suporte multiprofissional essencial para garantir a segurança da mãe e dos bebês. Durante meses, Victoria realizou exames avançados e seguiu um tratamento rigoroso. Apesar dos desafios, os médicos previam um parto cesariano. Mas Victoria surpreendeu.
Parto normal e acolhimento humanizado
Esta semana, Luca e Lourenzo nasceram de parto normal, superando todas as expectativas. “Durante o trabalho de parto, cheguei a perguntar se não seria melhor a cesárea, mas os médicos me incentivaram: ‘Você consegue!'”, relatou Victoria, que sempre sonhou com um parto natural.
Ela destacou a qualidade do atendimento que recebeu: “Tive um tratamento de excelência. Consegui o que nem um hospital particular me ofereceria. Levei minha gestação gemelar até o nono mês e meu trabalho de parto durou menos de três horas, sem indução”. Victoria também elogiou a atenção e o acolhimento da equipe médica: “Fui extremamente bem tratada e tive um parto humanizado”.
A importância da estrutura e equipe qualificada
Segundo o Dr. Rhaun Victor Moraes, coordenador de Obstetrícia do HMIJS, o parto normal foi possível porque a gravidez era dicoriônica (cada bebê com sua própria placenta), ambos estavam na posição ideal (cefálica) e apresentavam pesos adequados. “O sucesso do parto só foi possível graças à estrutura do hospital e ao trabalho de uma equipe qualificada, garantindo segurança total para a mãe e os bebês”, afirmou o médico.
O Hospital Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio é a primeira maternidade 100% SUS da região sul da Bahia. Construído pelo Governo do Estado e administrado pela Fundação Estatal Saúde da Família, foi inaugurado em dezembro de 2021 e conta com 105 leitos, incluindo UTIs pediátrica e neonatal. Já ultrapassou a marca de dez mil bebês nascidos e é o único hospital da Bahia habilitado pelo Ministério da Saúde para atender povos indígenas.
Casos como o de Victoria reforçam a importância de hospitais bem equipados e profissionais preparados para lidar com gestações de alto risco. O atendimento especializado pode fazer toda a diferença entre um parto complicado e um nascimento seguro, dando às mães a confiança e o suporte necessários nesse momento tão especial.