Governo Lula rejeita pedido dos EUA para classificar PCC e CV como grupos terroristas

JUSTIÇA

Brasil rejeita proposta dos EUA de classificar facções como terroristas

Durante uma reunião com representantes do governo Trump, o Brasil recusou a sugestão de classificar o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV) como organizações terroristas. O encontro aconteceu nesta terça-feira, dia 6, em Brasília, com a presença de autoridades brasileiras e de uma delegação dos Estados Unidos liderada por David Gamble, do Departamento de Estado americano.

Os norte-americanos argumentaram que, ao serem reconhecidas como terroristas, essas facções poderiam sofrer sanções mais duras, conforme a legislação dos EUA. Segundo eles, o PCC e o CVatuam em pelo menos 12 estados americanos, como Nova York, Flórida e Nova Jersey, usando esses locais para lavar dinheiro com a ajuda de brasileiros. Como resposta, os EUA teriam negado 113 vistos a pessoas ligadas a esses grupos.

As autoridades brasileiras, no entanto, disseram que a definição legal de terrorismo no Brasil exige motivação ideológica, política ou religiosao que não se aplica às facções, que têm fins apenas econômicos e criminosos. Por isso, rejeitaram o pedido.

O governo brasileiro também destacou que já vem combatendo o crime organizado com medidas como o isolamento de líderes em presídios federais, ações conjuntas com os Ministérios Públicos e os Grupos de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), além de esforços para ampliar a cooperação com países da América Latina.

O senador Flávio Bolsonaro negou que a comitiva americana tenha vindo ao Brasil para tratar de sanções. A equipe dos EUA incluiu membros da Embaixada, representantes da polícia e do setor jurídico. O Ministério das Relações Exteriores informou que o encontro foi solicitado pelo governo Trump.

Na véspera da reunião, o senador Flávio Bolsonaro recebeu Ricardo Pita, da comitiva americana, em seu gabinete. Segundo ele, o assunto foi segurança pública e o combate ao crime organizado. Flávio afirmou que não houve discussão sobre o ministro Alexandre de Moraes, como chegou a sugerir o deputado Eduardo Bolsonaro nas redes sociais. Ele garantiu que sua participação se limitou ao tema do crime organizado.

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