FMI eleva previsão de crescimento global para 3,3% em 2025, mas destaca desafios regionais

ECONOMIA

O Fundo Monetário Internacional (FMI) ajustou para cima sua estimativa de crescimento da economia global em 2025, prevendo um avanço de 3,3%, um incremento de 0,1 ponto percentual em relação ao relatório anterior. Para a América Latina e Caribe, a projeção foi mantida em 2,5%, refletindo desafios estruturais e econômicos persistentes.

A revisão ocorre em meio a um cenário global marcado por incertezas, incluindo o risco de ressurgência da inflação nos Estados Unidos, deflação na China e instabilidades políticas em diversas economias relevantes. Entre as principais potências globais, os Estados Unidos tiveram a maior revisão positiva, com previsão de crescimento de 2,7%, um aumento de 0,5 ponto percentual. Já a União Europeia enfrenta perspectivas mais modestas, impactada por reduções nas previsões de Alemanha e França.

Cenário global e regional

Segundo o economista-chefe do FMI, Pierre-Olivier Gourinchas, a economia americana continua robusta, impulsionada por um mercado de trabalho forte e uma demanda privada consistente. Em contrapartida, o crescimento na zona do euro está em recuperação, mas enfrenta dificuldades significativas. Para a Alemanha, que atravessa dois anos de recessão leve, a previsão foi reduzida para 0,3%, enquanto a França deve crescer apenas 0,8%.

Na China, a desaceleração econômica continua, apesar das medidas de estímulo implementadas pelo governo. O FMI revisou ligeiramente para cima a previsão de crescimento para 4,6%, mas ainda abaixo dos 4,8% registrados em 2024. O país enfrenta desafios relacionados a tensões comerciais e investimentos adiados, que podem impactar o desempenho futuro.

Para a América Latina, o FMI manteve a previsão de crescimento em 2,5%, com destaque para economias como Brasil, cuja estimativa é de 2,2%, e México, que teve uma leve revisão positiva para 1,4%. Na Argentina, após dois anos de recessão, a previsão permanece em 5%, enquanto a região como um todo deve apresentar crescimento de 2,7% em 2026.

Inflação e economias emergentes

O FMI trouxe boas notícias para as economias avançadas, prevendo que a inflação se aproximará da meta de 2% estabelecida pelos bancos centrais, com previsão de 2,1% em 2025 e 2% em 2026. Para os mercados emergentes, a inflação deve permanecer mais alta, em torno de 5,6%, mas com tendência de queda.

As projeções reforçam a necessidade de medidas políticas eficazes para enfrentar desafios econômicos globais e regionais, enquanto destacam disparidades entre economias avançadas e emergentes.