Com a aproximação da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), que acontecerá no Brasil em novembro, a revista Science publicou um editorial criticando a política ambiental do governo Lula (PT). Segundo a publicação, “o anfitrião da conferência não está liderando pelo exemplo”.
O artigo destaca que, para que a COP30 tenha um impacto real na reversão da crise climática, é essencial não apenas interromper o desmatamento, mas também reduzir rapidamente o uso de combustíveis fósseis. No entanto, de acordo com a Science, o Brasil segue no caminho oposto.
Com o título “COP30: Políticas Brasileiras Precisam Mudar”, o editorial aponta que, com exceção do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, comandado por Marina Silva, outros ministérios têm adotado medidas que aumentam as emissões de gases de efeito estufa.
A Science cita exemplos dessa política ambiental falha:
O Ministério dos Transportes planeja abrir vastas áreas da Amazônia para desmatadores por meio da construção de um trecho de 408 km da rodovia BR-319 (Manaus-Porto Velho) e estradas secundárias. A revista alerta que isso pode liberar grandes quantidades de carbono na atmosfera, agravando o aquecimento global.
O Ministério da Agricultura subsidia a conversão de pastagens em plantações de soja, o que impulsiona o desmatamento. Quando a soja se torna mais lucrativa que a pecuária, fazendeiros vendem suas terras para produtores de soja e compram novas áreas de floresta para desmatar e expandir suas atividades. Segundo a Science, cada hectare de pasto convertido em soja pode resultar na destruição de vários hectares de floresta.
O Ministério de Minas e Energia está investindo na exploração de petróleo e gás em regiões sensíveis da Amazônia e em áreas offshore, incluindo um projeto de perfuração na foz do Rio Amazonas, próximo ao local onde ocorrerá a COP30.
A revista conclui que o Brasil segue um caminho que pode levar a um “desastre climático”, priorizando a exploração de combustíveis fósseis até atingir um padrão econômico equivalente ao de países desenvolvidos.
Por fim, a Science ressalta que a COP30, prevista para novembro de 2025 em Belém, no Pará, enfrenta grandes desafios, incluindo a necessidade de uma mudança radical nas políticas ambientais brasileiras para combater o desmatamento e a extração de combustíveis fósseis.