Café nas alturas! Preço dispara e pesa no bolso dos brasileiros

ECONOMIA

Preço do café dispara e pesa no bolso dos brasileiros

O café, uma das bebidas favoritas do Brasil, está mais caro. A alta no preço do café conilon, essencial para o café solúvel e misturas, já afeta consumidores e preocupa a indústria.

O conilon, cultivado principalmente no Espírito Santo e na Bahia, atingiu um recorde de preço na Bolsa de Londres (ICE Futures Europe) em 29 de janeiro, chegando a US$ 2.950 por tonelada – o maior valor em mais de dez anos. No início de 2023, a cotação era US$ 1.900, o que representa uma valorização de 55% em um ano. No Brasil, o preço da saca de 60 kg subiu de R$ 600 para R$ 850, encarecendo o produto final.

O que causou essa alta?

A disparada dos preços tem várias razões:
Problemas climáticos – A seca prolongada nas principais regiões produtoras afetou a safra de 2023, reduzindo a oferta.
Maior demanda da China – Um acordo entre Brasil e a rede chinesa Luckin Coffee prevê a compra de 240 mil toneladas de café entre 2025 e 2029, pressionando ainda mais os preços.

Impacto no dia a dia

A alta afeta principalmente as famílias de baixa renda, pois o conilon é base dos cafés mais acessíveis. Em janeiro de 2024, o quilo do café torrado e moído custava R$ 29,62. Em dezembro, o preço médio saltou para R$ 42,65, um aumento de mais de 40% em um ano.

O gerente de armazém da Cooabriel, Renato Freitas, explica que o setor enfrenta desafios inéditos. Segundo ele, a combinação de clima adverso e aumento da demanda externa criou um cenário de pressão nos estoques e preços.

📢 “Nos últimos meses, temos acompanhado um cenário desafiador para o café conilon, tanto para os produtores quanto para o mercado como um todo. A seca prolongada em regiões-chave como Espírito Santo e Bahia impactou diretamente a produtividade, resultando em uma redução na oferta do grão.”

Além disso, a exportação tem crescido rapidamente. Em 2024, a venda de conilon para outros países aumentou mais de 150%, reduzindo a disponibilidade interna. Renato Freitas alerta que essa tendência pode se acentuar nos próximos anos, principalmente com o acordo de exportação para a China entrando em vigor em 2025.

📢 “O mercado externo está absorvendo boa parte da produção nacional. O acordo com a China pode elevar ainda mais os preços, dependendo do desempenho da safra de 2025. Se tivermos outra safra fraca, a escassez pode fazer o preço do conilon disparar ainda mais.”

📢 “Na Cooabriel, percebemos essa realidade diariamente no armazém. O preço da saca de café conilon já ultrapassa os R$ 1.800, um aumento expressivo em relação ao ano anterior. Esse cenário tem um efeito cascata: o custo da matéria-prima para a indústria sobe, afetando as torrefadoras e, consequentemente, o consumidor final, que já sente a alta nos preços do café no supermercado.”

E agora?

Nos primeiros meses de 2025, os preços devem continuar subindo. A safra pode ser menor devido à estiagem, mantendo o café caro no supermercado. O desafio para a indústria será equilibrar custos sem prejudicar a qualidade.

Com o café presente no dia a dia dos brasileiros, essa alta histórica continuará pesando no orçamento familiar e na economia do país.

Algumas marcas de café que faz parte do dia a dia dos brasileiros e baianos, preços analisados 05/02/2025:

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