Nova gestão prevê compra de 1.440 botijões por R$ 193,10 cada, totalizando R$ 278 mil. Em 2024, foram propostos a compra de 1.000 botijões a R$ 135,00. Diferença levanta questionamentos sobre eficiência administrativa e possíveis impactos políticos.
A Prefeitura Municipal de Pau Brasil, no sul da Bahia, publicou o edital de Pregão Eletrônico nº 014/2025 para aquisição de gás de cozinha (P13), prevendo a compra de 1.440 botijões ao valor unitário de R$ 193,10, totalizando R$ 278.064,00. A contratação representa um aumento expressivo em relação à gestão anterior, que em 2024 adquiriu 1.000 botijões por R$ 135,00 cada, com gasto total de R$ 135.000,00
O novo contrato indica um aumento de 42% na quantidade adquirida, porém com um salto de 43% no preço por unidade. O impacto final é um aumento superior a 105% no valor global da contratação.
Comparativo direto:
Ano | Quantidade | Preço unitário | Valor total | Crescimento |
---|---|---|---|---|
2024 | 1.000 botijões | R$ 135,00 | R$ 135.000,00 | — |
2025 | 1.440 botijões | R$ 193,10 | R$ 278.064,00 | +105,97% |
Preço médio de mercado:

A média do preço do gás de cozinha no varejo nacional, segundo levantamento de 2024, era de R$ 110,00, tendo subido para cerca de R$ 125,00 em 2025. Isso representa um reajuste de 13,6% no valor de mercado — bem abaixo dos 43% de aumento aplicados no valor unitário pela gestão atual.
Ainda que o edital de 2025 tenha utilizado o modelo de Pregão Eletrônico, mais transparente e competitivo do que a dispensa de licitação adotada anteriormente, o custo unitário final levantou alertas. O valor de R$ 193,10 por botijão está 54% acima da média nacional atual. Em um cenário de limitação orçamentária e cobrança por responsabilidade fiscal, tal diferença exige justificativas técnicas detalhadas, como custos logísticos, impostos ou fornecimento em locais remotos — fatores que não constam com clareza no edital.
Implicações políticas e administrativas:
Embora a adoção do pregão eletrônico represente um avanço em transparência. O salto nos custos pode ser explorado politicamente por opositores da atual gestão, inclusive já está sendo feito pelos opositores ao governo que tem incessantemente discutido esse assunto nas esquinas e nas diversas redes sociais, provocando espanto e dividindo opiniões. Em ano de articulações eleitorais, gastos públicos acima da média de mercado costumam ser usados como argumentos de má gestão ou descontrole financeiro, mesmo quando realizados dentro da legalidade formal. A transparência sobre os critérios de cálculo e justificativas detalhadas podem mitigar os efeitos desse desgaste.