ALBA aprova novo empréstimo de R$ 600 milhões para o governo Jerônimo, e dívida estadual já ultrapassa R$ 18 bilhões
A Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) aprovou, na tarde desta terça-feira (6), mais um pedido de empréstimo do governo Jerônimo Rodrigues (PT). O valor autorizado é de R$ 600 milhões, que será contratado junto à Caixa Econômica Federal, por meio do Programa de Financiamento à Infraestrutura e Saneamento (FINISA).
A proposta foi aprovada com apoio da maioria governista na Casa. A oposição votou contra e voltou a criticar o ritmo acelerado de endividamento da atual gestão.
“Não sou contra empréstimos, sou contra o modelo adotado pelo governo da Bahia. É um exagero. A quantidade de empréstimos pedidos é absurda”, declarou o deputado estadual Robinho (União Brasil).
Segundo o secretário da Fazenda, Manoel Vitório, a maior parte desse novo empréstimo será destinada às obras do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) em Salvador, com previsão de testes já em dezembro deste ano, no Subúrbio Ferroviário. A operação assistida do primeiro trecho está programada para julho de 2026.
Contudo, este não é um caso isolado. Em pouco mais de dois anos de governo, já são mais de 15 pedidos de empréstimos aprovados. Somando os valores, a dívida do estado chega a aproximadamente R$ 18,2 bilhões — o equivalente a cerca de 25% de todo o orçamento estadual previsto para 2025.
Esse volume de endividamento levanta preocupações. Embora os recursos sejam destinados a obras e investimentos importantes, a frequência dos pedidos indica uma possível dependência do governo em recorrer a crédito para fechar as contas e tocar projetos. A médio e longo prazo, essa prática pode comprometer a saúde financeira do estado e limitar sua capacidade de investimento com recursos próprios.
Além do novo empréstimo de R$ 600 milhões, a base governista também aprovou o regime de urgência para outras duas propostas de crédito: uma de R$ 3 bilhões, para o pagamento de precatórios atrasados, e outra de R$ 1,5 bilhão, voltada a obras de mobilidade, infraestrutura viária, hídrica e urbana.
Com tantos financiamentos em sequência, aumenta a expectativa por mais transparência na aplicação dos recursos e por resultados concretos que justifiquem o aumento expressivo da dívida estadual.