Energia solar supera carvão na produção de eletricidade na União Europeia em 2024
Pela primeira vez na história, a energia solar gerou mais eletricidade do que o carvão na União Europeia (UE) em 2024. O dado faz parte do relatório da Ember, organização especializada em energia, divulgado no início deste ano de 2025.
Além disso, a geração de eletricidade a partir do gás natural caiu pelo quinto ano consecutivo, e a participação dos combustíveis fósseis atingiu o menor nível já registrado na matriz elétrica do bloco.
Energia renovável avança e reduz dependência de fósseis
Atualmente, quase metade da eletricidade da UE provém de fontes renováveis. O crescimento acelerado da energia solar e a recuperação da energia hidrelétrica elevaram a participação das energias limpas para 47% da produção elétrica do bloco, segundo o estudo European Electricity Review.
Essa mudança gerou impactos econômicos significativos. Nos últimos cinco anos, a expansão da energia solar e eólica evitou que os 27 países da UE precisassem importar 92 bilhões de metros cúbicos de gás e 55 milhões de toneladas de carvão. Essa redução nas importações de combustíveis fósseis resultou em uma economia de 59 bilhões de euros (aproximadamente R$ 366 bilhões).
Guerra na Ucrânia acelerou a transição
A invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022 provocou uma disparada nos preços do gás natural, forçando a Europa a buscar fontes de energia mais baratas e sustentáveis. Como consequência, a demanda por gás na UE caiu, reduzindo a dependência do bloco em relação ao fornecimento russo.
Declínio dos combustíveis fósseis na matriz energética
O relatório da Ember destaca um declínio contínuo no uso de combustíveis fósseis, que agora representam apenas 29% da eletricidade gerada na UE — uma queda significativa em relação aos 39% registrados em 2019. Além disso, a geração de eletricidade a partir do carvão caiu para menos de 10%, um marco inédito.
Outro dado relevante é que a energia eólica (17%) superou a eletricidade gerada pelo gás (16%) pelo segundo ano consecutivo.
Acordo Verde impulsiona a transição energética
A aceleração das energias limpas também está ligada ao Acordo Verde Europeu, lançado em 2019. O pacto prevê a redução das emissões de CO₂ em 55% até 2030 e a neutralidade climática do bloco até 2050.
“No início do Pacto Verde Europeu, poucos acreditavam que a transição energética da UE avançaria tão rapidamente. Hoje, a energia eólica e solar já relegam o carvão a um papel secundário e impulsionam o declínio do gás”, afirma Chris Rosslowe, autor do relatório.
Desafios para o futuro
Apesar dos avanços, ainda há desafios. Para atingir as metas de 2030, o setor eólico precisa dobrar sua capacidade atual. “A transição deve ser acelerada, especialmente na energia eólica, para garantir um fornecimento sustentável e competitivo”, alerta Rosslowe.
A tendência é clara: a União Europeia está avançando rapidamente para uma matriz energética limpa, reduzindo sua dependência de combustíveis fósseis e consolidando um modelo mais sustentável para o futuro.

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