Alistamento feminino marca nova era nas Forças Armadas brasileiras
Este ano de 2025, mulheres que completaram 18 anos podem se alistar voluntariamente nas Forças Armadas. A medida inédita foi oficializada por um decreto do presidente Lula, assinado em novembro de 2024. O prazo para o alistamento vai até 30 de junho.
Na Bahia, mais de 1.900 mulheres já se alistaram, sendo 1.201 apenas em Salvador. O estado teve a maior adesão do Nordeste e ficou atrás, no ranking nacional, apenas de Rio de Janeiro, São Paulo, Amazonas, Distrito Federal, Pará e Rio Grande do Sul. Em todo o país, mais de 31 mil jovens já se inscreveram.
A mudança foi resultado de discussões no Supremo Tribunal Federal (STF) e de articulações com o Ministério da Defesa.
Como se alistar
As interessadas devem acessar o site alistamento.eb.mil.br e morar em cidades onde há unidades militares participantes da iniciativa. Em Salvador, também é possível se alistar presencialmente nas Prefeituras-Bairro, de segunda a sexta, das 8h às 17h, sem precisar agendar.
Na inscrição, é preciso escolher entre Exército, Marinha ou Aeronáutica. As aprovadas só serão incorporadas em 2026, com um serviço inicial de 12 meses, que pode ser prorrogado por até oito anos.
Participação das mulheres nas Forças Armadas
Antes dessa mudança, as mulheres só podiam entrar nas Forças Armadas por meio de concursos públicos ou escolas militares. A Constituição de 1988 prevê o alistamento obrigatório apenas para homens.
Atualmente, as mulheres representam cerca de 10% do efetivo total das Forças Armadas. A nova medida busca ampliar a presença feminina em áreas além de saúde, ensino e logística — funções onde já atuam, principalmente na Marinha, que é a única Força a permitir cargos mais combativos até hoje.
Mulheres que marcaram a história militar
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Maria Quitéria: baiana e primeira mulher a lutar pelo Exército, disfarçada de homem.
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Anita Garibaldi: participou da Guerra dos Farrapos e da unificação da Itália.
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Dalva Mendes: primeira mulher oficial-general da Marinha, foi médica e comandou a Escola de Saúde da Força.
O alistamento feminino é um marco na história do país e representa um importante passo rumo à igualdade de gênero nas forças militares brasileiras.