Nos últimos meses, vários cabos submarinos de internet foram danificados na Europa, causando preocupação entre os países da região. Um dos casos mais graves foi o rompimento do cabo que liga a Finlândia à Alemanha, levantando suspeitas de sabotagem.
O alerta não ficou restrito à Europa. Organizações como a ONU e a OTAN estão atentas, pois esses cabos transportam 95% do tráfego global da internet. Existem cerca de 500 cabos submarinos no mundo, e a quebra de alguns pode gerar impactos econômicos e geopolíticos significativos.
Outro cabo danificado fica no Mar Báltico, entre Letônia e Suécia. A localização fez com que as suspeitas recaíssem sobre a Rússia. O Mar Báltico é uma rota importante para navios russos, inclusive uma “frota fantasma” que transporta petróleo sem certificação para driblar sanções internacionais.
Os países afetados apontam a Rússia como principal suspeita. O ministro da Defesa da Alemanha, Boris Pistorius, disse que a ação foi um “ataque híbrido de sabotagem”. Já o governo da Suécia afirmou que o caso deve ser analisado dentro do contexto da “crescente ameaça russa na região”.
A Europa teme que esses ataques sejam uma nova versão das sabotagens à infraestrutura de comunicação que ocorreram durante a Guerra Fria. Há suspeitas de que navios estejam arrastando correntes para destruir os cabos submarinos.
O Comitê Internacional para Proteção de Cabos (ICPC) e a União Internacional das Telecomunicações (UIT) monitoram a situação. Em fevereiro, organizaram uma reunião na Nigéria para discutir medidas de proteção contra ataques desse tipo.
Apesar das suspeitas de sabotagem, especialistas lembram que cabos submarinos também podem ser danificados por outros fatores, como redes de pesca e até mordidas de tubarão. No entanto, romper esses cabos não é fácil: eles têm cerca de 20 cm de diâmetro e podem pesar até 70 kg por metro.
No passado, governos e grandes empresas de telecomunicações eram responsáveis por essa infraestrutura. Hoje, as Big Techs assumiram esse papel. A Meta, por exemplo, tem um projeto para construir um cabo de 50 mil quilômetros, conectando Estados Unidos, Índia, África do Sul, Brasil e outras regiões.