Produtores rurais alertam para risco fitossanitário com importação de cacau africano
A importação de cacau africano sem fiscalização adequada tem gerado grande preocupação entre produtores rurais, especialmente na Bahia. O risco de introdução de pragas ameaça a lavoura cacaueira e pode impactar toda a economia do estado. Esse tema será debatido em uma Audiência Pública sobre riscos fitossanitários, marcada para a próxima sexta-feira (28), na Câmara de Vereadores de Ilhéus. O evento é organizado pela Associação Nacional de Produtores de Cacau (ANPC) e pelo Sindicato Rural de Ilhéus.
O alerta aumentou com a chegada do navio Rubina, de bandeira portuguesa, que fez história ao atracar no Porto de Ilhéus carregado com 16 mil toneladas de cacau, tornando-se uma das maiores embarcações a chegar à cidade. Com 180 metros de comprimento e 32 metros de largura, a operação envolveu mais de 150 trabalhadores e pode durar até 20 dias, dependendo das condições climáticas. O valor estimado da carga impressiona: R$ 875 milhões.
Apesar da importância da importação para suprir a demanda da indústria, a falta de controle rigoroso sobre essas cargas preocupa especialistas. Há o temor de que pragas como o broto inchado – ainda mais devastador que a vassoura-de-bruxa, que arrasou a produção cacaueira décadas atrás – possam se espalhar e comprometer o setor. Se medidas urgentes não forem tomadas, a Bahia pode enfrentar uma nova crise, com impactos severos em toda a cadeia produtiva do cacau.
A audiência pública será uma oportunidade crucial para debater soluções e reforçar a necessidade de fiscalização rigorosa nas importações, garantindo a segurança da produção local e a preservação da economia baiana.